Ar, eu preciso de um ar

Essa televisão deve estar me deixando pirada. Vai ver não sou eu que sou tão diferente, os outros é que são iguais demais.
Será que estão tentando me manipular? Fazer eu pensar que se em um rótulo eu me encaixar talvez seja mais fácil me adaptar e este mundo integrar? Ah, mais eu não quero andar na linha, quero a liberdade desfrutar, quero seguir pelo caminho que eu mesma trilhar, quero escolher como votar, quero da minha mente limpar todo o lixo vendido que nas propagandas não para de passar, quero esquecer que um dia eu me punha a rezar esperando por uma redenção prometida por deuses que outras cabeças costumavam criar, quero  acreditar no que vejo e não no que meus olhos estão a enxergar, quero lamentar por aqueles que insistem em camuflar o cenário e colocá-lo como verdadeiro relicário, dizer aos mesmos que estão sendo observados por um órgão maior que diz se preocupar com o popular mais se interessa mesmo é em seu particular. A tutela nos empurrada garganta abaixo insiste em deixar do lado de fora quem deveria estar em outro lugar (deixo claro não querer com certas palavras meu texto sujar). A multidão que se põe a caminhar, parece cobra a se arrastar, confunde-se com répteis que querem o paladar saciar, é como uma massa que padeiro acaba de confeitar, é toda embolada, cheia de conversa fiada, pouco pra demonstrar, muito pra aproveitar, papo de não querer ver o mundo acabar, mas, mal sabe quem é que está a nos controlar e o quanto estão a nos explorar. Uma coisa quero confessar, muito me admira o belo trabalho que fizeram com o proletariado, souberam exatamente como o moldar. São todos uniformizados, cabelos cortados, dentes cerrados, olhos vidrados. Querem fazer dinheiro, ir pra puteiro, basta trabalhar e gozar. Separam tempo pro bar e pro jogo de bilhar, esquecem de estudar. Não precisam estudar. Em sua conta tem quem esteja a depositar, fazendo-lhes pensar que o suor houvera de compensar. Mas, todos parecem estar a vida a desfrutar, não sou eu que irei me preocupar. Talvez seja melhor a minha boca eu calar, minhas malas arrumar e pra Pasárgada me mandar. Há quem se ponha como exceção a meu pensar, não vou discordar, saberei respeitar.  Dizem que não há possibilidade de errar se os padrões você acompanhar. Quer saber? Vou desistir de lutar. Por que levantar a bandeira do pensar se tudo se resume em comprar, rezar, não se importar, música ruim escutar? Eu bem queria pensar. Mas, acho melhor nem tentar. Não quero me decepcionar. A saída é me fechar em um casulo que ninguém há de atravessar. Me mostrar como alguém que nunca há de me completar. Assim, evito me alienar.

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