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Mostrando postagens de junho, 2016

Acasos do amor

Brincávamos de fazer amor à sombra das árvores. Víamos as folhas serem levadas pelo vento, de um lado para o outro, e falávamos sobre aquela dança. Com a ponta dos dedos indicávamos o percurso que faziam. Lá se vão e eis que para aqui sempre se volvem. Dizíamos que aquele era um reflexo do nosso caminho. Deixamos o acaso nos levar, assim como as folhas deixam o vento - comparávamos.  Seus olhos me fitavam intensamente, com certo brilho e ternura, enquanto minhas pupilas se dilatavam, em verdadeira resposta química à paixão.  - Que é o amor senão isso que temos? - O amor é saber que isso não é algo que temos. - O que quer dizer com isso? - indagou-me. - Ora, o amor é algo que nunca se tem, impróprio pra esse verbo possessivo. O amor é a plena ciência de que isso é agora e, ainda assim, não tememos. - Mas você me ama? - Claro! Tal como nunca me amará de volta. - Por que pensa assim? - Porque sei o quão de mim você não conhece e, desde já, peço desculpas. - Que históri