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Mostrando postagens de julho, 2015

Epifania

Numa decisão robusta, largou tudo que tinha nas mãos e reconheceu a desnecessidade daquilo que vinha segurando. Subitamente havia ficado tão claro. Os questionamentos que tanto lhe rebatiam, já lhe pareciam bestas olhados de agora. Como pôde por tanto tempo se arrastar naquela disforia? Lembrava de sua mãe repetindo, "isso é querer acreditar em papai noel, minha filha". Um riso lhe percorreu sutilmente a boca. Logo sua mãe lhe alertando da absurdez de se crer em contos surreais nesta altura da vida. O tempo já não estava mais para as fábulas. Era como se houvesse sido socada na cara pelos pulsos da realidade, que toma tamanho e forma para recobrar a consciência daqueles que flutuam para muito além do chão. O cuidado que o tema exigia já se perdia e, lentamente, tornava-se chacota, da qual ela mesma costumava rir. E claro, antes mesmo rir do que chorar. As expectativas viraram pó e, quanto a isso, conformou-se. Difícil mesmo era jogar o pó fora, sacodir o tapete da vida pela j