É agora?

Quando somos jovens tudo é intensificado. Qualquer estado de espírito parece eterno e, de uma forma paradoxal, transforma-se tão rapidamente que a mudança parece não ter sequer ocorrido. E, assim, o novo estado coloca-se como o próximo eterno.
Alguns dão-se conta de que a metamorfose é fator inarredável. Outros, com propriedade, orgulham-se do que dizem ser com tanta certeza. Não os julgo. É normal que sintamos ser o que estamos sendo. É normal que nem sequer façamos diferenciação entre ser e estar sendo. Mas, eis que vos digo, não somos aquilo que nos taxam ou aquilo que nos taxamos. Não estamos fadados a sê-lo para sempre, não há nada que vincule nosso destino. Não há que ter-se receio de tentar, errar ou apostar. Somos presenteados com o presente, recebendo chances novas todos os dias ao acordar. Quando não restar oportunidade alguma, não daremos conta, vez que teremos deixado de ser. Mas, enquanto somos, não há chance inesgotável ou futuro inalterável. O que há, por mais clichê que possa parecer, é uma folha em branco, em que passaremos, pois, a traçar.
Desenvolver tal raciocínio pode acarretar certo alívio ou, em contrário, certa tensão. Pois, tem-se que cada um é dono de si e de seu destino, e, passa-se, com isto, a carregar o peso da sólida responsabilidade que resta afetada.

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