Memórias

Bullshit. A primeira palavra que me vem à mente quando penso no ser humano. Risos. Engraçados nas próprias medidas. Uns transparecem a comédia. Outros a escondem dando margem à descoberta tardia. Triste, no fim das contas. Todos pequenos, mínimos como podem ser. Atrofiados sem saber. Presos aos passos dados. Ninguém se lembra diariamente da própria limitação. Dão espaço à vida ilusória quando se esquecem que os caminhos percorridos criam vínculos que pra sempre estarão lá. Vivos ou mortos.
Por vezes busquei inspiração nas melhores extensões vividas, não me trazendo nada além da folha em branco. É o ódio vestido de resiliência que faz o coração falar. A vida segue. Não restam vítimas, a não ser que assim se coloquem e optem por permanecer. Quem não gosta da fantasia inventada? Da mentira bem contada? Todos revesam lugar na plateia e no palco. Ora apontam, ora são apontados. Não cabe sentimentalização dos ressentidos. Simplesmente não há espaço. É drama pra se suprimir. Na contagem dos idiotas, um degrau equivale a três olhando pra baixo, mas quando se trata de olhar pra cima, voltam pra onde devem ficar e fazem cara de cachorro molhado, dizendo licença, por favor e obrigado. Pouco importa. A cadeia é viva e dinâmica. Um dia lá e o outro não se sabe. O humor disfarça a tensão e o medo. Servem de ópio aos perdidos que assim acreditam terem acertado no caminho. Vão e sintam-se confiantes. Certos de que nada escapa ao fluxo constante das mudanças, o cenário se transforma e personagens são postos e repostos. No one knows.

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