Assim como Aristóteles, penso que a felicidade é o fim último que a vida humana, desde os primórdios, busca. Indiscutível é que suas teorias deram base a muitas outras desenvolvidas no século XX. Entretanto, nascer alguns séculos mais tarde, atrevo-me dizer, lhe faria bem. Certamente, atingiria um nível inimaginável de perfeição no pensar. Faltou-lhe conhecer Darwin, admitamos. Deixando de lado o escorregão do filósofo que, a propósito, é um dos meus favoritos ao trazer a ideia do homem moderado, passo a concentrar em seus acertos. Tudo gira em torno desta incessante busca à felicidade. Para mim, definida como o sentimento mais inexplicável que ao homem pode ocorrer. Para ele, com um sentido diverso, motivo pelo qual sigo agora a meu modo de pensar. Felicidade é sentimento, ora. O anseio para do mesmo desfrutar é tão intenso que sequer considera-se sua natureza. Como tal, é volátil. É estado de espírito. Vem e volta. Não há momento na vi...
Eram quatro. Quatro estranhos entre quatro paredes. Quatro realidades distintas postas a se confrontar. Quatro interesses diversos que se encontravam em dimensões comuns, porém cruzadas, proibidas e encobertas. Já marcavam quase 8h da manhã e as primeiras impressões do domingo iam chegando de mansinho. O céu ia se abrindo num cinza frio, invadindo a sala de luz pelas janelas completamente abertas, enquanto as cortinas se balançavam com o vento. Encaravam uns aos outros e já não tinham tanto o que falar. Os defeitos de cada um haviam ficado expostos nas últimas horas, quebrando todo o frisson que a perfeição do desconhecido causa. Há cerca de uma hora antes, olhava pela janela e notava uma fotografia da cidade, marcada pelos aspectos daquele lugar e do momento, algo completamente novo. Pensava nada ter a temer, era justo que se lhe aproveitasse a vida como bem entendesse, livrando-se, posteriormente, de qualquer consequência ou remorso, coisa que não era hora de se preocupar. Além ...
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