Assim como Aristóteles, penso que a felicidade é o fim último que a vida humana, desde os primórdios, busca. Indiscutível é que suas teorias deram base a muitas outras desenvolvidas no século XX. Entretanto, nascer alguns séculos mais tarde, atrevo-me dizer, lhe faria bem. Certamente, atingiria um nível inimaginável de perfeição no pensar. Faltou-lhe conhecer Darwin, admitamos. Deixando de lado o escorregão do filósofo que, a propósito, é um dos meus favoritos ao trazer a ideia do homem moderado, passo a concentrar em seus acertos. Tudo gira em torno desta incessante busca à felicidade. Para mim, definida como o sentimento mais inexplicável que ao homem pode ocorrer. Para ele, com um sentido diverso, motivo pelo qual sigo agora a meu modo de pensar. Felicidade é sentimento, ora. O anseio para do mesmo desfrutar é tão intenso que sequer considera-se sua natureza. Como tal, é volátil. É estado de espírito. Vem e volta. Não há momento na vi...
Tempo. Talvez de tão curto tenha se tornado avarento, mostrando, nas nuances do firmamento, que pouco já é suficiente para seu contento. Preso à parede, o relógio só faz lembrar que seu destino está selado feito o daquele bastardo que tira a vida de outro desafortunado. Não basta querer se libertar, estará sempre fadado a fracassar, assim como o tempo quando quiser parar.
Dirigia sob os leves raios de sol da manhã, no som " Should have knwon better ", um chapéu de palha, óculos escuros e roupas largas. Sem pressa, seguia pela via da direita. De vidros abertos, deixava o vento tocar seu rosto, enquanto inspirava e expirava com uma calma que experimentava de forma bem própria. Se não precisasse se atentar à estrada, fecharia os olhos para sentir melhor aquele momento. No banco de trás, algo com flores e essências, frutas e legumes com aspecto de recém colhidos de alguma horta cultivada por mãos caprichosas. O dia tinha cheiro de domingo, mas não qualquer domingo, não aquele domingo de quem vive a segunda-feira com pesar. Era um domingo de paz. A idade trouxe, além dos cabelos brancos, a sabedoria, ensinou a entender melhor a vida e aceitar os seus contornos. Pouco mudara, mas muito amadurecera. Não podia pedir por mais. Entendia, finalmente, que o amor é mesmo misterioso e, quando é vivido no presente, não é possível classificá-lo, dar nome, ...
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